Abel Ferreira é o primeiro técnico da história a colecionar pelo menos um título de campeonato estadual, um de campeonato nacional e um de campeonato internacional pelo Palmeiras. Maior campeão internacional do clube (três taças, contra duas de Felipão e uma de Ventura Cambon) e na segunda posição na lista de técnicos com mais títulos de campeonato no geral (nove), ficando atrás apenas de Oswaldo Brandão (dez), o português é o primeiro técnico europeu campeão paulista desde o húngaro Bela Guttmann, do São Paulo, em 1957 – levando em conta apenas o Palmeiras, o feito se torna ainda mais raro: o último estrangeiro campeão paulista havia sido o uruguaio Ventura Cambon, em 1950, e o último europeu tinha sido o italiano Caetano De Domenico, em 1940.
Abel Ferreira é o treinador com mais finais pelo Palmeiras em toda a história: já são 12 finais pelo clube (Libertadores 2020 e 2021, Copa do Brasil 2020, Supercopa do Brasil 2021, Recopa Sul-Americana 2021 e 2022, Campeonato Paulista 2021, 2022 e 2023, Mundial de Clubes 2021 e Supercopa do Brasil 2023), superando marca de 10 alcançada por Felipão. Em decisões internacionais, os dois estão empatados com cinco cada.
Quarto treinador na história do Palmeiras a atingir 150 jogos em apenas uma passagem pelo clube, igualando os feitos de Felipão, Luxemburgo e Osvaldo Brandão, é o único estrangeiro a chegar a esta expressiva marca de forma consecutiva – o uruguaio Ventura Cambon (294 jogos) e o argentino Filpo Nuñez (154 jogos) também ultrapassaram o centésimo duelo, mas somando mais de uma passagem pelo Verdão.
No Allianz Parque, Abel já é o treinador que mais comandou e mais venceu com o Palmeiras na história, além de ter estabelecido o recorde de vitórias em sequência no local: dez no total. Em Libertadores, são impressionantes 27 vitórias em 41 partidas (só Felipão comandou mais do que ele, 43 vezes). Somando toda a comissão técnica portuguesa, são 44 jogos na competição continental, 29 vitórias, só quatro derrotas, incríveis 104 gols marcados e apenas 29 sofridos. Neste período, mais dois recordes: maior sequência invicta do Palmeiras na história da competição (18 jogos) e maior sequência de invencibilidade fora de casa entre todos os clubes do continente em todos os tempos (22 partidas com mando do adversário ou em campo neutro, com 16 vitórias e seis empates).
Uma das principais revelações de uma geração de jovens técnicos portugueses, Abel Ferreira disse em sua apresentação na Academia de Futebol, em novembro de 2020, que não atravessara o Atlântico para passar férias. Com pouco mais de três anos como treinador profissional, o ex-lateral-direito do Sporting Lisboa-POR buscava o primeiro troféu na nova carreira e afirmou ter aceitado o desafio de comandar o Palmeiras porque via no clube a grandeza e as condições necessárias para alcançar o objetivo.
Mas talvez nem ele imaginasse que o sonho poderia se tornar realidade em tão pouco tempo. Campeão da Libertadores com apenas 26 jogos à frente da equipe, Abel só não conquistou um título mais precocemente neste século do que Vanderlei Luxemburgo, que faturou o Paulista de 2020, já em sua quinta passagem pelo clube, com 20 partidas de trabalho. Primeiro técnico estrangeiro a levantar um troféu pelo Verdão desde o argentino Filpo Nuñez, em 1965, entrou definitivamente para o grupo dos lendários comandantes palestrinos ao faturar também a Copa do Brasil em sua temporada de estreia – apenas ele, Del Debbio (1942) e Luxemburgo (1993) conquistaram mais de uma taça no primeiro ano de clube.
Campeão do Paulista, da Recopa Sul-Americana e do Brasileiro em 2022, Abel se tornou o primeiro técnico deste século a levantar três troféus na mesma temporada – em toda história, apenas três obtiveram o feito: Ventura Cambon (1951), Oswaldo Brandão (1972) e Vanderlei Luxemburgo (1993).
Chefiando uma comissão técnica composta por outros quatro integrantes multidisciplinares, implantando ideias claras de jogo, um repertório de ações ensaiadas em campo e um discurso direto e eloquente fora dele, o jovem treinador rapidamente ganhou o respeito do elenco e a admiração do torcedor. O lema “todos somos um” virou mantra, o ensinamento da “cabeça fria e coração quente” se tornou combustível na busca pelas vitórias e o “Avanti, Palestra” a plenos pulmões antes dos jogos, a chama.
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